A sensação de estar no piloto automático durante a pandemia tem nome: definhar, segundo o New York Times

Recentemente o New York Times lançou um artigo sobre a sensação de tédio, vazio, dificuldade de concentração, falta de alegria e de objetivos quem tem aumentado durante a pandemia. É como se mesmo com energia o nosso corpo não alcançasse seu nível saudável de funcionamento. Os dias se tornaram arrastados e é como se estivéssemos no piloto automático esperando tudo isso passar. O nosso cérebro entrou em estado de alerta no início da pandemia e até então tem sentido essa sobrecarga. Sentir-se apático, meio “bleh“, é o termo que muitos têm usado para definir as emoções no contexto atual.

Um ponto muito interessante do artigo do Times foi que eles trouxeram termos científicos da Psicologia Positiva de uma forma muito didática sobre como essa ciência enxerga a saúde mental. Resumidamente você não apresentar nenhum transtorno mental não é sinal de que você esteja bem, vivendo uma vida valorosa e com bem estar elevado. O conceito de saúde mental vai além da presença ou ausência de transtornos mentais. Saúde mental não se resume apenas aos sintomas de transtornos que você apresenta ou deixa de apresentar, mas sim a uma vida com significado, objetivos e valorosa. Chamamos este último estágio de desenvolvimento emocional de florescimento.

Corey Keys é o cientista responsável por essa mudança de paradigma e em seus estudos ele percebeu que as pessoas que não apresentavam transtornos mentais não estavam necessariamente com o bem estar em dia, nos levando a repensar o conceito de saúde mental voltado para ausência de transtornos. Keys define um modelo de saúde mental que transita entre a saúde mental e os transtornos mentais, conforme abaixo:

As pesquisas têm mostrado que embora boa parte da população não possua transtornos mentais, isso não quer dizer que as pessoas estão saudáveis e florescendo. Outros achados revelam que pessoas que estão florescendo têm maior resiliência. Uma pesquisa realizada durante a pandemia mostrou que pessoas que estão no estágio “definhando” possuem maior probabilidade de desenvolver estresse pós-traumático.

Tudo isso nos mostra a importância de não apenas buscar evitar o adoecimento mental mas sim construir uma vida rica em saúde mental. Não estar mal não é o mesmo que estar bem. Diante da pandemia muitos de nós podemos estar agradecidos pelo simples de fato de estarmos vivos e respirando sem a ajuda de aparelhos, mas também é importante compreender que quando investimos em aumentar o nosso bem-estar psicológico estamos investindo nas nossas habilidades de nos recuperar das adversidades da vida.

É claro que diante do cenário atual não iremos sentir o mesmo nível de bem-estar anterior à pandemia, mas que tal começar a focar em um dia de cada vez e pensar o que você pode fazer nesse dia específico para cuidar de você?

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Mas o mais importante é você focar em pelo menos 10 minutos por dia para apreciar as paisagens a seu redor, praticar a gratidão, meditar e reconectar com você mesmo.

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Com carinho,

Paula Rodrigues.