A tristeza é uma das emoções humanas básicas. E como toda emoção, está atrelada a reações físicas e emocionais que acontecem ao reagirmos a algum acontecimento interno ou externo. Estar triste envolve sentimento de vazio e desânimo.
Os estudiosos da Psicologia chegaram a definir onze estados de tristeza de acordo com a sua intensidade, eles são respectivamente:
- Desapontamento: acontece com as nossas expectativas são frustradas.
- Desânimo: resposta a repetidas falhas que ocorreram em busca de algo – crença de esse algo não pode ser feito.
- Perturbação: tristeza que dificulta pensar com clareza.
- Resignação: crença de que não se pode fazer nada.
- Impotência/desamparo: reconhecer a incapacidade de melhorar ou facilitar alguma situação.
- Desesperança: sentimento de que nada de bom irá acontecer.
- Tribulação: forte sofrimento de infelicidade.
- Desespero: falta de esperança que uma situação ruim irá melhorar ou mudar.
- Pesar: tristeza após uma perda profunda.
- Aflição: um sentimento de angústia e tristeza causado por uma perda.
- Angústia: tristeza ou sofrimento intensos.
Podemos perceber que a tristeza está ligada à quebra de expectativas sobre a vida, sobre o outro e sobre nós mesmos. O seu grau de intensidade varia à medida que não conseguimos enxergar mudanças ou perspectivas positivas de futuro. A tristeza é um caminho para a aceitação de novas realidades. Envolve vivenciar lutos para então se preparar para os novos ciclos da vida.
Diante dessa emoção podemos nos comportar de formas produtivas ou improdutivas. Comportamentos improdutivos diante da tristeza são:
- Protestar: se opor a perda e se queixar, mesmo sabendo que a queixa não irá recuperar o que foi perdido.
- Lamentar: concentrar-se na perda.
- Ruminar: pensar repetitivamente sobre a experiência emocional.
- Sentir vergonha: sentir a necessidade de se esconder como se sente sobre a coisa ou pessoa que se perdeu.
A postura produtiva seria buscar consolo, apoio ou ajuda de outros. Ainda existe outra resposta que pode ser vista como produtiva ou improdutiva, a depender do contexto: o afastar-se. Afastar-se diante da tristeza envolve se evitar física ou mentalmente situações que desencadeiam a tristeza em você. Situações onde precisamos focar na solução de algum problema podem requerer temporariamente essa reação.
As emoções difíceis nos impactam de tal forma que nos sentimos limitados em nossas reações e com dificuldades para compreender o que estamos vivenciando. Cada emoção possui uma função, e com a tristeza não é diferente. A principal mensagem da tristeza é ME CONFORTE.
O que nos permite pensar que buscar o consolo para a tristeza é o melhor antídoto que podemos receber, ainda mais quando essa emoção é capaz de inspirar empatia e compaixão, fortalecendo nossas relações e nosso sentimento de conexão.
Caso no momento você não tenha uma rede de apoio fortalecida você escrever somo como se sente (teremos um post sobre isso em breve). A escrita expressiva é comprovadamente associada a ressignificação de situações difíceis de vida. Através da escrita conseguimos enxergar as situações em perspectiva e encontrar significado nelas.
Outro recurso importante é o Centro de Valorização da Vida, que pode ser acessado através do número 188, onde as ligações são gratuitas em todo país ou até por meio de chat no site www.cvv.org.br. O site conta com voluntários disponíveis 24 horas.
Desenvolver a autocompaixão também é uma ferramente poderosa para os momentos de tristeza. A autocompaixão requer desenvolver a prática de gentileza consigo mesmo, de forma a conseguir se tranquilizar em momentos difíceis.
Quando a tristeza dura mais que 15 dias e vem acompanhada de outros sinais como mudança de apetite, mudança no sono, dificuldade de sentir outras emoções, irritabilidade, sentimento de culpa, ou falta de perspectiva de futuro é importante procurar um psicólogo para avaliar se é necessária uma intervenção clínica.
Que você consiga enxergar a tristeza com mais clareza, aprender com ela e deixá-la ir.
Com carinho,
Paula.