A música é uma das formas mais antigas de expressão e está presente no mundo todo. Seu processo é similar ao da construção da linguagem, porém mais complexo. A música ativa várias áreas do nosso cérebro simultaneamente, estimulando a neuroplasticidade. Sendo assim ela tem um papel fundamental em nossos processos mentais e atualmente tem sido utilizada também como forma de tratamento.
A música é arte de expressar os sentimentos através dos sons. Possui três elementos: o ritmo, melodia e harmonia. O ritmo tem a ver com o tempo e a velocidade dos sons, podendo ser dividido em classes como: samba, jazz, blues. A melodia consiste no movimento sequencial dos sons, tornando essa sequência agradável e encadeado aos nossos ouvidos. A harmonia é movimento simultâneo dos sons, efeito produzido através de sons reproduzidos ao mesmo tempo. A junção desses três gera uma explosão em nossa mente podendo ajudar a termos mais qualidade de vida.
É importante ressaltar que a música também é uma experiência cultural e individual. Em determinados grupos alguns tipos de música terão significados especiais, como por exemplo em tribos indígenas, rituais, ou até mesmo o forró, a bossa nova e o samba, que são tipicamente brasileiros. O significado individual da música vai variar conforme as experiências musicais de cada um e as memórias musicais que criamos. Quem não tem uma música que te lembra um momento marcante? Esse é um exemplo de significado individual.
As pesquisas têm mostrado que a música pode ser uma grande aliada no tratamento de doenças e principalmente na melhora de estados emocionais conturbados. A musicoterapia começou a ser formalmente reconhecida após sucesso em trabalhos nos hospitais de veteranos da Segunda Guerra Mundial. As técnicas utilizadas como terapêuticas envolvem escrever músicas, dançar ou sincronizar movimentos de acordo com o ritmo das músicas, cantar e fazer exercícios vocais, improvisar, tocar instrumentos, escutar música e tocar em grupo.
Ao escutarmos ou produzirmos músicas nosso cérebro libera endorfina, que fornece alívio natural da dor, e dopamina, que traz sensações de otimismo, força, energia e vivacidade. Ouvir música também está associado ao aumento de imunidade. Atividades musicais em grupo além de liberarem endorfinas e dopaminas, liberam ocitocina devido à conexão gerada com os outros. Esse último hormônio é fundamental para a construção de confiança.
Além disso a música pode ajudar na redução do estresse, ansiedade e depressão, pois pode reduzir a pressão arterial, frequência cardíaca e incentivar o movimento corporal. Atualmente existem evidências de que a música auxilia no tratamento de estresse, hipertensão, Parkinson, AVC, autismo.
No seu dia a dia é importante você entender que a música é composta por ondas sonoras e que a velocidade dessas ondas influencia as emoções que sentiremos. Músicas mais agitadas são indicadas para aumentar a disposição, realizar atividades físicas e motivar para agir. Já as músicas mais lentas ajudam a entrarmos em estados de relaxamento, calma e contemplação. Geralmente buscamos músicas que combinem com os nossos estados emocionais. Entretanto, se você está triste, e deseja regular suas emoções, escutar músicas mais agitadas, animadas, irá te dar mais disposição e te ajudar a se sentir mais otimista.
A dica é que você crie playlists de acordo com os seus objetivos:
- Reduzir ansiedade, estresse e desacelerar: opte por músicas mais lentas.
- Aumentar a disposição: músicas animadas que te instiguem a agir, dançar e sair do lugar
- Sentir alegria: cantar ou dançar em grupo. Escutar músicas que te lembram de momentos importantes de alegria.
- Reduzir sentimento de solidão: escute suas músicas favoritas.
- Para dormir: escute músicas relaxantes.
Busque conhecer novos gêneros e artistas. Você pode descobrir gêneros novos, se identificar com a música de forma mais intensa e ainda exercitar a neuroplasticidade em seu cérebro.
Gostou das dicas?
Com carinho,
Paula.