O estudo das emoções desde muito tempo intriga os psicólogos e os neurocientistas. Inicialmente se deu muita atenção às emoções negativas e o seu impacto no desenvolvimento emocional humano. Raiva, tristeza, nojo e medo por exemplo, são emoções que fazem parte da teoria das emoções básicas. A única emoção positiva que foi estuda inicialmente foi a alegria, e de certa forma essa emoção foi pouco explorada em outros estudos.
Em linhas gerais, as emoções são processos psicofisiológicos que geram tendências de ação. Isso quer dizer que, quando você sente uma emoção, significa que, de alguma forma você interpretou os estímulos do ambiente e seu corpo está começando a agir. Nem sempre essa interpretação é consciente, ok? Emoções são sinais que nosso corpo nos envia, assim como quando reagimos diante do fogo.
Como inicialmente os estudos focavam nas emoções negativas e sua relação com transtornos mentais, subentendia-se que as emoções positivas focavam apenas na sensação de prazer momentânea e pronto. Não se acreditava que elas poderiam beneficiar a nossa saúde mental a médio e longo prazo. Entretanto no final da década de 90, Bárbara Fredrikson começa a se debruçar sobre as emoções positivas e traz reflexões importantes sobre como elas são fonte de proteção e nos ajudaram a evoluir enquanto espécie humana.
As emoções positivas em seu início eram vistas como sinais para iniciar ou continuar uma atividade. À medida que os estudos foram se aprofundando se tornou perceptível que as diferentes emoções positivas produziam diferentes tendências de ação. Fredrikson fez algumas descobertas importantes como:
- Os efeitos das emoções positivas são mais duradouros do que se pensava,
- As emoções positivas parecem desencadear tendências de pensamento-ação ampliadas e expansivas,
- Alimentam o pensamento flexível e criativo e as abordagens de resolução de problemas,
- Constroem recursos psicológicos, físicos e sociais de longo prazo,
- Criam recursos por meio de trajetórias não lineares e indiretas,
- São um meio para alcançar o crescimento psicológico e uma melhora psicológica e bem-estar físico ao longo do tempo,
- Para vivermos os benefícios das emoções positivas é necessário haver emoções negativas.
Outra grande descoberta foi a de que as emoções positivas são antídotos para aquelas emoções negativas remanescentes. Isso quer dizer que as emoções positivas podem desfazer danos que as emoções negativas remanescentes causam. Isso é fantástico.
A resiliência também é uma habilidade que é bastante potencializada através das emoções positivas. Como estas ampliam e constroem novas formas de pensar e agir, diante de situações desafiadoras a vivência de emoções positivas pode auxiliar em novas formas de responder e na velocidade que você se recupera de situações difíceis.
Pessoas que sentem mais emoções positivas possuem mais facilidade em trazer de volta a autoestima após o fracasso, mostram mais estratégias de resolução de problemas e são bem-sucedidos em lidar com a ansiedade e
tolerar a frustração. As emoções positivas são essenciais na construção e manutenção de recursos pessoais duradouros, incluindo recursos físicos, intelectuais e sociais.
Abaixo você encontra as principais emoções positivas, seus cenários, tendências de ação e recursos desenvolvidos. Traduzimos e adaptamos para você com maior carinho.

Através dessa tabela conseguimos analisar como estimular o surgimento de cada emoção positiva e saber usá-las de acordo com os recursos que precisamos desenvolver.
O amor, segundo a teoria das emoções positivas, é a emoção que tem o poder de maximizar todas as outras através do sentimento de conexão com os outros. Essa conexão não se dá apenas com parceiros amorosos ou pessoas conhecidas, mas sim com toda a humanidade. Fredrikson em seu livro Amor 2.0, fala sobre como ao adotarmos essa visão de amor em nosso dia a dia, aumentamos as nossas emoções positivas e consequentemente nosso bem-estar. Buscar momentos de positividade em suas relações não apenas faz bem às relações, mas sim à sua saúde. A autora chama o amor de ressonância da positividade, o que faz sentido quando entendemos essa emoção sobre a perspectiva citada acima. A construção do amor se dá no cultivo de micromomentos de positividade onde nos alinhamos com as pessoas ao nosso redor e conseguimos despertar e ser tocados pelas emoções positivas desencadeadas dessa interação. Se quisermos crescer enquanto seremos humanos, essa é uma das formas mais nobres de fazê-lo.
Saber direcionar a emoção do amor para si também é importante para que você consiga ser mais bondosa consigo mesma, praticar a autocompaixão, e desenvolver novos recursos emocionais.
Espero que esse texto te ajude a experimentar mais emoções positivas na sua vida.
Com carinho,
Paula.