Aposto que você já ouviu dizer que emoções são perigosas, que não devemos dar ouvidos a elas, ou até mesmo que as emoções são irracionais. Será mesmo? Os estudos sobre as emoções mostram que isso é uma grande mentira! A verdade é que as emoções são nossas aliadas e são uma forma diferente dos pensamentos de processar informações.
A maior referência que temos hoje no campo da ciência das emoções é o psicólogo Paul Ekman. Com certeza você já se deparou com algum dos trabalhos dele, principalmente como consultor televisivo. Ele foi a inspiração para o seriado “Lie to Me”, também conhecido como “Engana-me se puder”, e foi o consultor do filme Divertidamente. Na realidade este filme é um compilado da teoria das emoções básicas desenvolvida por Ekman.
O que você precisa saber é que Ekman passou anos viajando o mundo todo e investigando as emoções em diferentes culturas, procurando as similaridades das emoções em diferentes regiões do mundo. A partir daí ele desenvolveu a teoria das emoções básicas, emoções essas que são comuns em quase todas as culturas, e também o estudo das microexpressões faciais. Além da observação, Ekman usou diversas metodologias e uma equipe bem grande para concluir esses dois trabalhos.
Isso culminou na definição mais atualizada que temos das emoções. Que no caso é:
As emoções são um processo, um tipo particular de avaliação automática influenciada por nosso passado evolutivo e pessoal, em que sentimos que algo importante para o nosso bem-estar está ocorrendo e um conjunto de mudanças psicológicas e comportamentos emocionais começa a lidar com a situação.
Paul Ekman (tradução minha)
Essa mega definição quer dizer que suas emoções são um processo que é composto por dois grandes ingredientes: uma avaliação automática que você faz de uma situação baseada nos sua memória de vida e evolutiva, somado à uma preparação do seu corpo e mente para lidar com o resultado dessa avaliação. Por exemplo, algo no ambiente desperta a sensação de perigo, você sente medo, seu coração acelera, suas mãos ficam geladas e isso te prepara para reagir ou fugir. O intuito aqui é te proteger de um perigo em potencial.
Cabe frisar que essa avaliação automática acontece muito rápida e muitas vezes só notamos os sinais psicológicos e físicos quando a emoção já está instalada. É como se cada emoção trouxesse uma mensagem para nós. Essa mensagem se traduz em sensações (corpo) e percepções (mente). Quando aprendemos a decifrar essas mensagens é possível desenvolvermos uma boa relação com as emoções e responder construtivamente a elas.
As emoções nos preparam para agir. É o que a autora Barbara Fredrikson chama de tendência à ação. Com prática conseguimos compreender que a tristeza, por exemplo, gera uma lentidão física, um desânimo e envolve o processamento de alguma perda, ou noção de perda. A raiva sinaliza que estamos nos sentindo frustrados, impedidos de alcançar algum objetivo. Traz consigo tensão muscular, punhos cerrados, sensação de calor. Entender essas avaliações automáticas e analisar se elas possuem evidências ou não é um caminho muito interessante para você começar a lidar com as suas emoções. Outro fator importante é que mesmo que uma emoção não corresponda a estímulos reais, é importante você se acolher para então conseguir se tranquilizar.
As nossas necessidades emocionais aparecem em formas de emoções. Quando as emoções se tornam recorrentes, ou quando certos estímulos/gatilhos despertam emoções que trazem consequências destrutivas aí é hora de você investir no desenvolvimento de recursos psicológicos para lidar com essas emoções, ok?
Espero que esse texto tenha te ajudado e em breve teremos textos sobre cada emoção. Inscreva-se na nossa newsletter para não perder.
Com carinho,
Paula.