Pensar positivo adianta?

Nesse início de ano é comum fazermos planos, traçarmos metas, e quem sabe até exigir demais de nós mesmos na busca por uma mudança em nossas vidas. Diante disso podemos nos sentir desmotivados ante a essas expectativas e as dificuldades que envolvem mudar. Pensando nisso resolvi trazer um tema que pode te ajudar a enfrentar os desafios da sua vida de forma leve e equilibrada. Vamos falar sobre pensar positivo (otimismo) e suas evidências científicas.

Você pode ter ouvir essa expressão em diversos contextos, e dependendo de como esse assunto foi abordado, isso pode soar até como um pensamento mágico e superficial, porém segundo a ciência o pensamento positivo não é algo tão simples assim, mas possui suas vantagens.

Nosso cérebro é condicionado evolutivamente a focar no negativo, seja no que deu errado ou no que pode vier a dar. Viemos com esse defeito de fábrica, que por um tempo foi muito funcional para a nossa sobrevivência.

Entretanto, tendo em vista os avanços da nossa espécie e as modificações em nosso estilo de vida, focar no negativo traz efeitos sérios para nossa saúde, não só mental, e contribui para o estabelecimento da depressão e da ansiedade.

Quando encaramos a vida sob uma perspectiva pessimista, esperando que as coisas deem errado, a tendência é que hesitemos ao tomar decisões, tenhamos dificuldade em encontrar motivação em alcançar nossos objetivos. As pesquisas mostram que pessoas pessimistas tendem a se culpar mais pelas coisas que derem errado, e deslocam a responsabilidade dos eventos ruins para si mesmas, desconsiderando os fatores externos e que muitas vezes estão fora de seu controle.

Tendo em vista todo esse cenário, desenvolver o pensamento positivo requer um esforço consciente da nossa parte para que possamos viver melhor. Mas que danado é “pensar positivo”? O pensamento positivo consiste em acreditar que as coisas vão dar certo e que se tem a capacidade para alcançar os próprios objetivos. Pensar positivo é ser otimista.

As pesquisas mostram dois vieses de pensamento positivo. O primeiro consiste em um estilo de pensamento que envolve o processamento de eventos ruins. Pessoas otimistas interpretam os eventos ruins como passageiros e não se culpam por esses acontecimentos. Quando ocorrem eventos bons, visualizam sua responsabilidade, tomando consciência do seu esforço pessoal no ocorrido.

O segundo estilo de padrão de pensamento positivo envolvem expectativas sobre o futuro. Pessoas com padrões de pensamento otimista esperam que coisas boas aconteçam, de forma que essa crença contribua para o fortalecimento da autoestima e gere motivação para a busca pela conquistas dos seus objetivos. Ser otimista também contribui para o desenvolvimento da paciência e persistência, maior desempenho profissional, nos relacionamentos e em situações difíceis.

As pesquisas têm mostrado que o otimismo não está ligado apenas a benefícios para a saúde emocional. Há evidências que o otimismo melhora o desempenho do nosso sistema imunológico e diminui o risco de doenças cardíacas. Já o pessimismo libera cortisol em nosso corpo, contribuindo até para que tenhamos dificuldade em memorizar e resolver problemas.

Cabe ressaltar que o grande segredo de ser otimista é ter em mente o equilíbrio. Se exagerarmos no otimismo, podemos assumir condutas mais arriscadas, como por exemplo dirigir sem colocar o cinto de segurança por acreditar que não acontecerá um acidente. Outro fator importante é saber a hora de parar de persistir. Por acreditar que as coisas darão certo, podemos enviesar nossa percepção, e mesmo com muitos fatores visíveis mostrando que devemos parar, podemos insistir, mesmo sem ter resultados que embasem essa decisão.

Mesmo com algumas ressalvas, a ciência têm mostrado que adotar padrões de pensamentos otimistas traz ganhos muito maiores do que ser pessimista. Vamos colocar em prática o otimismo em 2020?

Com carinho,

Paula.