A felicidade é uma palavra bem conhecida por todos nós. E mesmo assim carrega uma série de significados pessoais. Os registros que temos sobre reflexões que nos falam sobre ser feliz, viver uma vida prazerosa, com sentido, vêm da Grécia antiga. Os filósofos foram os primeiros a registrar reflexões sobre o que traz alegria e sentido para vida. Outra grande instituição que teve um peso significativo sobre felicidade foi a igreja.
Filosoficamente encontramos dois termos que foram cunhados para descrever a felicidade: eudaimonia e hedonismo. O primeiro se refere a busca por uma vida valorosa, onde o desenvolvimento pessoal, a construção de virtudes e a realização de metas e objetivos trazem a felicidade. Já o segundo está ligado ao balanço entre os afetos positivos e negativos, a busca pela satisfação, realização dos desejos e das necessidades.
Já no âmbito religioso, principalmente antes do iluminismo, a felicidade era uma dádiva que Deus concedia aos seus escolhidos. A igreja defendia que Deus era quem determinava quem seria feliz e quem não seria. Dessa forma não havia muito o que se fazer em relação a própria felicidade, e esta existiria apenas para os escolhidos ou que fossem dignos dela.
Após o Iluminismo, os direitos individuais emergiram e a felicidade passou a ser compreendida como um direito de todos. Essa virada de chave foi determinante não só a nível individual, mas também na busca de reflexões e conhecimento científico para compreender o que fazia o ser humano feliz.
Como podemos ver, a felicidade é um conceito que está presente em mais de uma área da ciência, as religiões possuem também diferentes visões de felicidade e a cultura que fazemos parte também influencia como enxergarmos “ser feliz”. Felicidade é um termo carregado de significados pessoais para quem o diz. Inclusive, há quem a defenda como uma emoção. Pois é comum definirmos em alguns momentos que estamos felizes.
No início da Psicologia Positiva o termo felicidade era bem mais frequente. Mas observou-se que havia um mal entendido com a cientificidade do termo. As pessoas o confundiam com as outras definições de felicidade e até mesmo com as definições pessoais. Ao longo dos anos, o foco e os termos utilizados pela Psicologia Positiva foram mudando para bem-estar e florescimento humano. E qual a principal diferença disso para a felicidade?
Quando falamos em bem-estar e florescimento humano, nos referimos a conceitos científicos e que são mensuráveis. Onde temos controle sobre o que está sendo medido e podemos minimamente garantir que esses conceitos não serão mal interpretados, ou interpretados a partir da vivência pessoal de cada um.
Cabe ressaltar que muitas vezes a felicidade é associada a ausência de emoções negativas. E tem-se percebido que para construirmos uma vida boa e com sentido, as emoções negativas uma hora ou outra farão parte da nossa vivência. Até porquê elas fazem parte da experiência humana. Por vezes se observa também que mudanças significativas de comportamento podem surgir a partir de experiências dolorosas. Logo, passar por essas experiências pode contribuir para que a nossa vida ganhe uma nova perspectiva e consigamos florescer.
Florescer é um modo de funcionamento permeado por vários fatores, mas principalmente a postura diante da vida, apesar de seus desafios. Florescer envolve navegar pelos picos e vales da vida e reconhecer a beleza da vida em cada momento. Florescer é priorizar seu bem-estar e viver suas potencialidades apesar de você não poder controlar tudo a sua volta.
Ser feliz faz parte do processo de florescimento, mas o processo de florescimento não é só isso. E aí? Vamos florescer?
Com carinho,
Paula.