A raiva é uma emoção comum a todos nós. Sentir raiva não é errado e não atinge apenas pessoas que acreditamos que sejam descontroladas. Essa emoção ocorre quando sentimos que estamos bloqueados de progredir. Sensação de que os outros estão nos prejudicando, se aproveitando de nós, que regras importantes foram desrespeitadas e que fomos tratados injustamente. A verdade é que a grande diferença está na forma como lidamos com a raiva. Essas formas podem ser destrutivas ou construtivas.
Antes de profundar essa discussão acho super importante entender que a raiva possui graus de intensidade e isso é essencial para que você consiga observar como e quando essa emoção acontece com você. Segundo Paul Ekman, um grande estudioso das emoções, a raiva possui 7 estados e que se diferenciam de acordo com a intensidade que sentimos essa emoção. São eles:
- Irritação: é o grau mais leve da raiva.
- Frustração: acontece quando fracassamos mais de uma vez em superar um obstáculo.
- Exasperação: Perda de paciência diante das tentativas frustradas em superar um problema.
- Propensão a discutir: tendência e entrar em uma discussão ou incitar a discórdia.
- Rancor: decepção pelos outros não tentarem ajudar a resolver o problema.
- Sentimento de vingança: desejo de represálias. Vontade de agir de forma a prejudicar o outro.
- Fúria: estado mais intenso da raiva.
Muitas vezes quando explodimos e temos crises de raiva, muito provavelmente é devido a essa emoção ter chegado em seu estado mais intenso. Isso pode acontecer por vários motivos, inclusive pela falta de conhecimento e percepção dessa emoção. Recentemente eu tive uma crise de raiva e ao analisar com calma percebi que ao longo do dia vários eventos onde me senti desrespeitada e prejudicada aconteceram em um intervalo de 8 horas. Esses eventos não estavam conectados, mas foram suficientes para que eu entrasse em estado de fúria (#psicologatambemégente, tá? Rs…).
Então como podemos desenvolver um radar emocional para lidar de forma saudável com a raiva? Separei 6 dicas que vão te ajudar.
TESTE SEUS PENSAMENTOS DE RAIVA
Como você interpreta os acontecimentos está relacionado à intensidade da raiva que você sente. A raiva pode contribuir para interpretação equivocada dos eventos e das intenções das pessoas. Podemos achar que as pessoas se comportaram propositalmente com o intuito de nos machucar sem considerar as outras inúmeras possibilidades que influenciam o comportamento delas. Pensamentos de tudo ou nada também são comuns, dificultando uma visão flexível dos outros. Conseguir observar quais pensamentos potencializam a raiva é uma excelente forma de identificar quais são os gatilhos que desencadeiam a raiva em você.
USE A IMAGINAÇÃO PARA SE ANTECIPAR E SE PREPARAR PARA POSSÍVEIS SITUAÇÕES QUE PODEM DESENCADEAR A RAIVA
Ensaiar mentalmente as discussões e o que você quer dizer te ajuda a se preparar e a reagir diante das frustrações. Pensar nas possíveis saídas diante das respostas desafiadoras aumenta sua autoconfiança e e diminui a sensação de perigo e ameaça. Treinando dessa forma certamente você irá conseguir fortalecer seu músculo do equilíbrio emocional e reagir da forma que deseja diante das situações desafiadoras.
RECONHEÇA OS PRIMEIROS SINAIS DA RAIVA
Por ser uma emoção a raiva naturalmente apresenta sinais físicos. Os primeiro sinais que essa emoção apresenta são instabilidade, tensão muscular, mandíbula cerrada, gritos, pressão no peito, punhos cerrados e dizer inverdades.
AFASTA-SE
Para não entrar no ciclo destrutivo da raiva, se afastar da situação pode ser eficaz para controlá-la. Nesse momento você pode se lembrar do que é importante para você, quais são as necessidades que não estão sendo atendidas, examinar seus pensamentos sobre o que está acontecendo e enxergar a situação sob um novo ângulo. Esse período pode durar alguns minutos ou até um dia inteiro. O objetivo não é fugir, mas usar esse período para desenvolver estratégias que te ajudem a lidar com a situação de forma saudável.
SEJA ASSERTIVO
Por a raiva estar atrelada a desejos frustrados, expectativas não atendidas e sentimento de ameaça, é muito importante saber afirmar o que você deseja e precisa de forma equilibrada. A assertividade é o que permite que afirmemos nossas necessidades sem sermos passivos ou agressivos. É sobre ser claro e conseguir se expressar de forma simples. Desenvolvendo a assertividade consequentemente os tratamentos injustos ou situações onde se aproveitam de você diminuirão.
PRATIQUE O PERDÃO
A raiva, quando vivenciada repetidas vezes, pode gerar rancor e mágoas. Perdoar não implica ser omisso, permitir que machuquem novamente, mas aceitar o que aconteceu, aliviar a carga da raiva, buscar olhar os acontecimentos sob outra perspectiva e buscar, mesmo apesar das frustrações, viver a vida com leveza e alegria. Perdoar não quer dizer que você precisa retomar o relacionamento que o machucou. Em relações tóxicas, por exemplo, o mais importante é se afastar.
Gostou das dicas?
Com carinho,
Paula.