A felicidade por muito tempo foi um tema desenvolvido pela filosofia, religião e pelo senso comum. Nas últimas décadas, com o surgimento da Psicologia Positiva em 1998, a felicidade passou a ser interesse dos estudiosos da Psicologia. Desde então muitos estudos têm sido desenvolvidos e essa área tem se consolidado a cada dia mais como um ramo da ciência que estuda não só a felicidade, mas como explorar o melhor da experiência humana para promover saúde e bem-estar.
Inicialmente existiam duas grandes vertentes sobre a felicidade: a hedonista e eudaimonista. A primeira se determina que a felicidade é ausência de desprazer e o aumento de prazer. Ou seja, quanto mais emoções positivas e menos emoções negativas, mais feliz uma pessoa é. A segunda visão versa a felicidade oriunda de uma vida com realizações e que explore suas virtudes. Antes do século XVII acreditava-se que a felicidade era sorte ou benção divina. Após isso, a felicidade passou a ser vista como direito de todos.
Apesar da nossa mentalidade sobre a felicidade ter mudado ainda existem alguns mitos que podem atrapalhar a construção de uma vida mais feliz, valorosa e com significado. Vamos refletir sobre alguns deles juntos?
SER FELIZ É SENTIR EMOÇÕES POSITIVAS O TEMPO TODO
Emoções positivas externalizadas em contextos errados, ou sentidas em excesso, como o orgulho, podem ser prejudiciais. Felicidade intensa pode ser sinal de uma alteração de humor chamada mania, presente no transtorno bipolar. Pesquisas encontraram que níveis altos de emoções positivas podem ser associados à inflexibilidade diante de desafios.
A Psicologia Positiva tem estudado a felicidade e encontrado que a felicidade não consiste apenas na vivência de emoções positivas, mas também engajamento, significado e propósito, e realizações.
QUANTO MAIS FOCAR EM BUSCAR A FELICIDADE MAIS FELIZ SEREI
Focar excessivamente em encontrar a felicidade faz com que se concentre muita energia acerca da vida e contribui para o desapontamento. Idealizar a felicidade com algo grandioso dificulta encontrar a felicidade em coisas simples do dia a dia.
DINHEIRO TRAZ FELICIDADE
Em países em desenvolvimento como o Brasil, inicialmente obter mais dinheiro pode aumentar a felicidade, mas o que se percebe é que com o tempo a tendência é que se retorne aos níveis de felicidade anteriores. Nos Estados Unidos, pessoas que começaram a ganhar mais de 75 mil dólares por ano não apresentaram aumento em níveis de felicidade. Outro dado interessante é que pessoas mais felizes são mais bem sucedidas profissionalmente.
PARA SER FELIZ NÃO POSSO TER PESAMENTOS NEGATIVOS
Muitas pessoas acreditam que ignorar os pensamentos negativos ou tê-los mesmo que de forma indesejada é um sinal de que se está na contramão da felicidade. Isso é mentira! Essa ideia de controlar os pensamentos é um tanto contraditória na Psicologia. Sabemos que podemos desenvolver formas alternativas de pensar e compreender que pensamentos são só pensamentos. Você não precisa agir de acordo com os seus pensamentos nem ser absorvido por eles. Evolutivamente nossa mente foi projetada para nos proteger. É compreensível que dentro desse contexto tenhamos mais pensamentos negativos do que positivos durante o dia. A forma como você reage a seus pensamentos é mais significativa do que o conteúdo deles.
FELICIDADE DEVE SER VIVIDA APÓS CONQUISTA DOS OBJETIVOS
Felicidade não é uma conquista por merecimento. É um direito de todos. Buscar ser feliz durante a busca por seus objetivos aumenta seu bem estar, o que consequentemente incrementa seu raciocínio, criatividade, relacionamentos e até mesmo sua saúde física. Ser feliz durante o processo enriquece sua vida e gera resiliência.
Qual deles que foi mais libertador saber?
Com carinho,
Paula.