Atualmente a tecnologia está presente em nossas vidas mais até do que o desejável. Nos últimos 30 anos avançamos tecnologicamente o que se levou milhares de anos para criar ferramentas como o martelo.
Toda essa conectividade tem impactado o comportamento humano criando um senso de imediatismo, prejudicando a construção de pensamento crítico, impactando as relações interpessoais e também trazendo prejuízos emocionais como: baixa autoestima, aumento da ansiedade, insônia, procrastinação, isolamento, insegurança.
Recentemente a Netflix lançou o documentário “O Dilema das Redes Sociais” onde é feita uma crítica às grandes plataformas da atualidade em virtude da ausência de mecanismos que estimulem o uso saudável das redes sociais, e do estímulo ao uso excessivo dessas plataformas. O que é inegável é que esse mercado é o que mais cresce nos dias de hoje, e com a quantidade de dados que eles obtém dos seus usuários o uso das redes sociais para venda se torna uma estratégia mais lucrativa do que as formas tradicionais.
Atualmente sabemos que 95% da renda do Facebook vem de anúncios. Sendo assim se torna compreensível imaginar que diariamente as redes sociais estão trabalhando para desenvolver a cada dia mais formas persuasivas de nos manter conectados.
Na contramão surgem as críticas e reflexões ao uso desenfreado das redes sociais. Essa temática tem ganhado mais voz e gerado reflexões pertinentes sobre como mudarmos essa dinâmica. Influenciadores digitais com estafa, esgotamento emocional, fadiga. A pressão por alcançar cada vez mais e mais números. A busca pela foto e pelo vídeo perfeito. Tudo isso está nos deixando exaustos. É inevitável pensar na necessidade de desacelerar o fluxo que as informações chegam até nós. Mas o principal é nos retirar do papel de inércia e educar para o uso consciente da redes sociais.
Mas calma, que a tecnologia não é de todo ruim. Por causa dela muitos processos que antes eram penosos foram facilitados, e quando aprendemos a usá-la sabiamente podemos inclusive tê-la como algo auxiliar para incrementar a nossa saúde.
No campo da Psicologia já é possível ver iniciativas como: a criação da Divisão 46 da American Psychological Association (APA) em 1986, que é responsável pelos estudos científicos sobre a Psicologia da Mídia e Tecnologia e o reconhecimento do impacto da tecnologia na Psicologia, gerando assim novos campos de atuação como as terapias digitais, consultorias na criação de aplicativos e o uso saudável das tecnologias.
Muitas vezes o uso dos smartphones acontece de forma não planejada e até automática. Olhar o celular se tornou o que fazemos quando estamos entediados, tristes, ansiosos, desocupados, passando a ser um comportamento de fuga, uma busca por distração das sensações desagradáveis que inevitavelmente fazem parte da vida. Outro fator que pode contribuir para o uso dos smartphones é a busca por sensações positivas. Quando postamos algo e recebemos um like ou comentários uma dose de dopamina é liberada em nosso corpo e a sensação de prazer imediato toma conta. Isso pode nos levar a ficarmos viciados nessa sensação que pode ocorrer de várias formas no uso dos smartphones.
Quando você se pegar abrindo o smartphone sem propósito, procure refletir sobre o que estava fazendo antes e se você não está evitando emoções desprezadoras ou em busca de prazer. Aqui vão dicas para o uso saudável das tecnologias:
- Desative as notificações dos aplicativos que te distraem no seu dia a dia: as notificações podem roubar nossa atenção e quando menos esperamos estamos ali há horas e nem conseguimos nos lembrar o que fez com que parássemos para usar o celular. Desativar as notificações dos aplicativos pode te ajudar a evitar esses momentos.
- Ao usar o celular, respire fundo e pense sobre qual é o objetivo do seu uso: se pergunte “o que estou pensando agora?”, “o que estou sentindo?”, “o que preciso agora?”, “o que está faltando?”. Assim você evitará navegações desnecessárias. que visam fugir de forma não saudável de situações desagradáveis e será menos reativo ao que pode despertar raiva ou tristeza em você nas redes sociais.
- Deixe de acompanhar pessoas e páginas que fazem você se sentir mal consigo mesmo ou sentir raiva: ao entrar nas redes sociais a chance de esbarramos com notícias ruins, posts ou textos que nos fazem se sentir mal é alta. Quando mais desses estímulos você puder evitar, mais saudável seu uso poderá se tornar.
- Estipule momentos específicos para entrar nas redes sociais: quando você faz isso, é possível que otimize o seu tempo off e online.
- Evite navegar no celular enquanto faz suas refeições ou interage com entes queridos. Se algo urgente acontecer, certamente alguém irá te ligar. As notificações das redes sociais podem esperar.
- Não faça uso das redes sociais pelo menos 30 minutos antes de dormir: dessa forma você ajudará seu organismo a entender que irá descansar e produzir melatonina para um sono de maior qualidade.
- Siga pessoas que façam você se sentir bem consigo mesmo: páginas de boas notícias, amigos que você se sente conectado, e outros assuntos que despertam emoções boas em você são uma ótima pedida.
- Interaja de forma intencional com seus amigos: comente, curta, pergunte como eles estão. Procure uma conexão real que fortaleça o vínculo offline de vocês.
Gostou das dicas?
Com carinho,
Paula.
Assim como é uma ferramenta pra ter um bom estudo, Bons momento, guarda lembranças, é também uma ferramenta onde a maioria das pessoas usam ela pra criar contas falsas e comentários
Maldosos e mentirosos sobre as pessoas, a maioria da população mundial tem acesso a internet e como as pessoas se expõe na internet de forma exagerada, tem que ter cuidado com oque postamos.
O cuidado é superimportante, Yasmim. Temos muito acesso à informação mas ainda estamos aprendendo a identificar as que são verdade, úteis, das que não são. É muito importante checar as fontes e não ter como verdade o que vemos na internet.
Muito obrigada pelo seu comentário.