Você já parou para pensar como seria a vida se não sentíssemos medo? Quais perigos você já teria enfrentado? E quais deles realmente poderiam ter te machucado? Um barulho muito alto não nos assustaria. Atravessaríamos a rua sem sequer olhar para o lado e brincaríamos com o fogo sem tantas ressalvas e atenção. Provavelmente você teria se machucado muito, e eu também.
O medo é uma emoção universal e extremamente importante para nossa sobrevivência. Geralmente podemos associá-lo a algo ruim e paralisante, mas na verdade ele tem a função de nos proteger e nos alertar para os possíveis perigos que possam surgir diante de nós. O medo é uma emoção que também nos ajuda na preparação para ação.
É como se o medo fosse uma placa amarela escrita: cuidado. Sentir medo não é necessariamente ruim ou sinal de fraqueza, é uma emoção que faz parte de todos nós e quando conseguimos entendê-la melhor, aprendemos a usá-la a nosso favor. O medo faz você examinar suas ações e ter mais chances de conseguir alcançar seus objetivos. Nem toda situação onde o medo surge indica que devemos nos retirar, mas rebobinar a fita e procurar indícios de onde devemos ter mais cautela. Geralmente coisas importantes para nós geram medo. Pois envolvem um grande investimento emocional/social. E muitas vezes é esse medo que nos faz agir com responsabilidade e comprometimento.
O medo possui 8 estágios, que vão da inquietude até o terror. Isso não quer dizer que quando você se sentir amedrontado irá passar por todos eles, entretanto os estágios podem acontecer separadamente ou respeitando cada etapa. São eles:
- Inquietude: antecipação diante da possibilidade de perigo.
- Nervosismo: incerteza quanto à existência do perigo.
- Ansiedade: crença de incapacidade para enfrentar uma ameaça real ou imaginária.
- Temor: pressentimento de um perigo grave.
- Desespero: uma resposta diante da incapacidade de diminuir o perigo.
- Pânico: medo súbito e incontrolável.
- Horror: combinação de medo, desgosto e choque.
- Terror: medo intenso e avassalador.
O medo ativa nosso sistema de luta-fuga e isso influencia bastante os comportamentos que temos quando estamos amedrontados. Abaixo você vai encontrar os 7 comportamentos mais comuns diante do medo e o quê cada um deles significa:
- Evitar: ficar longe de alguém ou de alguma situação, manter a mente longe do que pode estar causando o medo.
- Ficar paralisado: tornar-se incapaz de agir ou falar.
- Preocupar-se: prever a possibilidade de um perigo no futuro.
- Retirar-se: abandonar física ou mentalmente o cenário da ameaça.
- Ruminar: pensar repetitivamente sobre a experiência de sentir medo
- Titubear: ficar com dúvida ou indecisões, muitas vezes momentaneamente.
- Gritar: perder o controle de como se fala, falar alto e gritar em um tom mais alto.
O mais importante é você entender que o medo não é um sinal de que as coisas vão necessariamente dar errado, mas sim que você precisa ter cuidado. Por causa do funcionamento do nosso cérebro e da dinâmica dos nossos pensamentos é possível que você tenha medo de situações que não necessariamente ameaçam sua sobrevivência, como a reunião com o chefe, a apresentação de um projeto, a escolha de uma nova profissão.
Uma forma de te ajudar a lidar com seus medos de forma mais consciente é: procurar identificar e nomear qual perigo você está com medo. Após isso, analise se o perigo é real ou imaginário. Se pergunte se existem evidências que confirmam o seu medo. Verifique se existem formas objetivas de lidar com o perigo. Praticar atenção plena e técnicas de respiração podem te ajudar se o medo for relacionado ao futuro.
Se o medo for relacionado a coisas que você não consegue controlar, praticar a distração pode ser uma forma de tranquilização.
Que após esse texto você consiga entender a mensagem dos seus medos para você e ainda assim ter respostas construtivas diante deles.
Com carinho, Paula.