Muitos têm sido os estudos sobre os relacionamentos e como se relacionar de forma saudável. Mas nem sempre foi assim. A verdade é que se formos parar para pensar, o casamento como algo que dura décadas é recente na história da humanidade. No período das guerras era muito comum mulheres ficarem viúvas, ou pela expectativa de vida reduzida, os casamentos não durarem tanto assim.
O casamento por amor também é algo recente. Ela surgiu com a ascensão da burguesia e a formação das famílias burguesas. Antes disso, casar-se representava uma forma de garantir a continuidade das linhagens e envolvia repartição de patrimônio. O casamento como escolha tem menos de 200 anos.
É interessante também ressaltar que a proibição de divórcio também impactou bastante os estudos sobre relacionamentos, pois manter o amor aceso não era a prioridade nos casamentos.
Graças às mudanças culturais, os avanços da ciência e a emancipação das mulheres, o casamento passou a ser uma escolha, e o amor passou a ser mais central nas relações na atualidade.
Muitos estudiosos têm produzido conhecimentos sobre relacionamentos amorosos, destaco aqui John Gottman, que desenvolveu o laboratório do amor e observou a dinâmica 75 casais por duas décadas. Os seus estudos renderam uma série de livros e técnicas de terapia de casal. Os principais achados de Gottman consistem no que chamamos de “Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse dos Relacionamentos”.
Ao observar por 20 anos esses casais, Gottman e seus colaboradores identificaram quatro padrões de dinâmica que, quando encontrados simultaneamente em uma relação aumentam a chance de divórcio em 92%! São eles:
- Desprezo: envolve atitudes como revirar os olhos quando o parceiro fala, emitir sons que desvalorizem os seus argumentos, agir ou se sentir superior. Não dar a devida importância ao parceiro.
- Críticas: procurar falhas no comportamento do parceiro, criticar seu caráter, usar expressões como “você sempre” você nunca” e verbalizá-las com frequência.
- Comportamento defensivo: ao receber uma crítica apontar o erro do outro em outras circunstâncias, se vitimizar, não assumir as responsabilidades,
- Obstrução na comunicação: calar o parceiro, distorcer a fala do parceiro, agir como se estivesse ocupado com outras coisas durante a discussão.
E quais comportamentos, que quando fazem parte da dinânica do casal têm a chance de tornar a relação mais duradoura? Bem… Muitos são os estudos que estão sendo feitos, inclusive o próprio Gottman nomeia alguns comportamentos. Entretanto irei citar passos que Dacher Keltner, professor da Universidade de Berkley, elenca a partir de pesquisas recentes de autores influenciados pelos trabalhos de Gottman:
- Humor: rir, colocar apelidos, diverti-se, provocar com bom humor durante discussões aumentam o bem-estar e a felicidade nos relacionamentos.
- Expressar gratidão: apreciar os esforços do parceiro, enviar um e-mail, uma mensagem expressando agradecimento, agradecer pelo jantar e atos simples do dia a dia.
- Perdoar: abrir mão dos rancores e praticar o perdão além de facilitar a relação, gera famílias mais felizes e impacta o bem-estar dos filhos,
- Falar sobre as emoções: aceitar, estar aberto às suas e às emoções do parceiro, não julgar, não reprimir, ser vulnerável emocionalmente e acolher a vulnerabilidade do outro.
Que tal colocar essas dicas em prática hoje?
Com carinho,
Paula.