Em meio a pandemia que estamos vivendo, você pode estar se sentindo à flor da pele ou apresentando oscilações emocionais que até então não eram frequentes para você. Mas calma! Diante de uma perda ou mudança de perspectiva de vida, podemos passar por um processo emocional de luto.
Diferente do que muitos pensam, o luto, do ponto de vista psicológico, não consiste apenas na morte de alguém querido, mas sim quando perdemos algo significativo para nós, como uma mudança de cidade, o término de um relacionamento, a perda de um emprego, e também a situação de isolamento social.
Elisabeth Kübler-Ross foi a autora que conseguiu delimitar os 5 estágios emocionais do luto. Cabe ressaltar que eles podem acontecer simultaneamente ou não seguir uma ordem entre etapas. Cada pessoa tem a sua forma de elaborar uma perda de algo que ama, mas é frequente que essas cinco fases apareçam de alguma forma.
As fases de dividem em negação, raiva, barganha , depressão e aceitação. Vamos falar sobre cada uma delas agora.
1. Negação: também é conhecida como estado de choque. É comum você se perguntar se o que está acontecendo é mesmo verdade, se você não entendeu algo errado. Você pode pensar que as pessoas estão exagerando e logo tudo vai voltar ao normal. Querer continuar agindo como se nada estivesse acontecendo, seguir normalmente com a rotina são comportamentos característicos dessa fase. Tentar manter os mesmos níveis de produtividade também.
2. Raiva: se sentir injustiçado, colocar a culpa em outras pessoas, e se perguntar “porque diabos isso está acontecendo?”, “porque justo agora que eu que eu tinha tantos planos?” são questionamentos frequentes nessa fase. É comum também atitudes para dar vazão a esse sentimento: ter comportamentos agressivos com si mesmo ou com os outros, pouca paciência, sentimento de ódio e até indignação com símbolos religiosos.
3. Barganha: também é conhecida como negociação. Nessa fase você pode construir raciocínios pautados em pequenas recompensas, como por exemplo: se eu ficar uma semana em casa, posso sair durante o final de semana e nada vai acontecer comigo. Fazer promessas esperando que algo aconteça em troca de algum comportamento seu é característico dessa etapa, principalmente acreditar que algum comportamento seu pode influenciar ou reverter a situação.
4. Depressão: sentimentos de tristeza, desânimo, falta de esperança de que as coisas irão melhorar. São esses quesitos que caracterizam essa etapa. Se sentir impotente e sem controle sobre os acontecimentos e desenvolver percepções fatalistas, de que nada pode ser feito, ou que ficaremos para sempre nessa situação também são esperados aqui.
5. Aceitação: diante desse turbilhão de emoções, na fase da aceitação você pode desenvolver um olhar acolhedor para todas essas emoções difíceis e buscar fazer o que está sobre o seu controle para manter seu equilíbrio emocional. Aceitar a realidade e a incerteza que existe em relação ao futuro é importante para que o processo de aceitação aconteça com mais facilidade.
Recentemente David Kessler propôs um sexto estágio ao processo de luto, que se chama “significado”. Encontrar sentido na perda não quer dizer encontrar uma razão, mas sim extrair algo de positivo mesmo de uma situação dolorosa. Quanto a isso eremos falar aqui nos próximos textos sobre o crescimento emocional que pode surgir de experiências difíceis.
O importante é que você tenha paciência consigo mesmo e com os que fazem parte da sua vida. Sentir oscilações emocionais é comum diante de algo novo, ainda mais quando isso envolve o sentimento de perda. A forma como você acolhe cada emoção difícil pode tornar mais leve esse processo. Fugir do desconforto não ajuda, mas lidar com ele de forma compassiva sim. E entender essas fases emocionais é o primeiro passo para que você chegue na aceitação e no crescimento emocional.
Espero que esse texto tenha te ajudado.
Com carinho,
Paula.