Hoje aconteceu uma coisa interessante. Eu estava ouvindo o rádio e tocou uma música da Maria Gadú que desde sempre um trecho específico dela me traz um senso de pertencimento muito grande:
” Ser capitã desse mundo /Poder rodar sem fronteiras / Viver um ano em segundos / Não achar sonhos besteira / Me encantar com um livro que fale sobre vaidade / Quando mentir for preciso poder falar a verdade.”
Fiquei reflexiva sobre como esse trecho mexe comigo e como me identifico com essa fala. Mas o principal é que sei quem sou e isso abre um mundo de possibilidades para mim.
Quando falamos em autoconhecimento alguns podem achar que já se conhecem o suficiente ou que isso não é necessário para se chegar a lugar algum na vida, quando na verdade estamos sendo bombardeados com com índices elevados de ansiedade, depressão, pessoas infelizes e sentindo que suas vidas não têm valor ou sentido.
Quantas pessoas insatisfeitas com as próprias escolhas você conhece? Já parou para pensar que se elas se conhecessem um pouco mais no momento em que fizeram essas escolhas provavelmente elas não estariam assim? Isso vai de escolha de carro, emprego até a companheiro de vida.
Vivemos a maior parte do tempo com nós mesmos e não temos consciência de como nosso corpo reage a determinados acontecimentos, não sabemos nomear o que sentimos, o que gostamos e muitas vezes o que precisamos. Isso é seríssimo. Se não estamos conscientes de nós mesmos como poderemos nos ajudar?
Você sabe como seu corpo reage quando você está com raiva? O que te causa ansiedade? Qual estilo de música te faz arrepiar, qual série você fica com vontade de assistir sem parar? Que atividades fazem você perder a noção do tempo? No consultório quando perguntamos os defeitos, as pessoas prontamente fazem uma lista enorme, mas quando perguntas as qualidades, muitas ficam atônitas, sofrendo para enumerar no mínimo três pontos.
Saber seus pontos fortes, suas forças e talentos, além de contribuir para que sua vida seja construída dentro de um contexto que você consiga explorá-los, previne o adoecimento. Muitos de nós adoecemos porque ficamos atrofiados mentalmente, não conseguimos nos olhar e nos observar com clareza.
O mundo cada vez mais acelerado e dinâmico tem pedido pessoas que sejam resilientes, autoconfiantes e flexíveis, mas tudo isso não pode existir sem antes se ter um olhar profundo sobre si mesmo. Talvez você tenha dificuldade para entender como está seu nível de autoconhecimento no momento. Irei listar quatro pontos para você analisar.
Quando não se conhece suficiente você:
- Não sabe o seu valor: sua autoestima está lá embaixo. Você não sabe o quanto é importante, o que é importante em você, e o que te diferencia dos demais. A falta de consciência sobre o seu valor pode te prejudicar de forma que você pode se ver em situações e relacionamentos onde as pessoas não têm apreço e zelo por você.
- Tem dificuldade em estabelecer limites: dizer não para os outros é uma grande dificuldade. Você pode se sentir culpado ao fazer isso ou acabar sempre dizendo sim para todo mundo para evitar qualquer desconforto. Isso pode acabar sugando a sua energia e você sente que não espontâneo em seus relacionamentos.
- Você se coloca em situações desagradáveis: você pode não gostar de um certo tipo de comida, ou não querer aceitar aquele projeto do seu trabalho, mas acaba fazendo tudo isso, pois não sabe exatamente o que tem a ver com quem você realmente é. Você pode acabar indo a lugares desagradáveis, se envolvendo em atividades que não te dão prazer nem te fazem crescer simplesmente pelo fato de você não saber o que realmente gosta e o que faz diferença na sua vida.
- Controlar as emoções é difícil para você: estourar por qualquer motivo, chorar em contextos inapropriados, se preocupar exageradamente com alguma coisa, descontar na comida o tédio ou a ansiedade, são sinais de que você precisa se conhecer melhor e entender como essas emoções percorrem o seu corpo e a sua mente.
E aí? Qual você está precisando desenvolver no momento.
Com carinho,
Paula.