Na busca por sermos pessoas melhores, podemos acreditar que para alcançar o crescimento emocional devemos eliminar nossas fragilidades. Esse posicionamento é problemático pois passamos a focar em eliminar nossos defeitos, e concentrar nossa energia e força nessa missão. Travamos uma guerra com nós mesmos, que é desgastante e que apenas pequenos avanços são perceptíveis. Entramos no ciclo de acreditar que seremos perfeitos em algum momento e quando isso acontecer finalmente respiraremos aliviados por atingir esse nível existencial. Só que na verdade isso não passa de uma cilada que tende a gerar insatisfação, desgaste, e sofrimento.
Ao falar em aceitação de nossas fragilidades e dificuldades inicialmente isso pode soar como permissividade, passividade e inércia. Mas na verdade a aceitação envolve acolhimento das nossas fraquezas. Percebe que combater e acolher são coisas completamente diferentes?
Quando combatemos algo, vamos de forma voraz, emitindo juízo de valor, julgamentos e buscando mudar a forma como somos sem um olhar sistêmico sobre como aquilo afeta a nossa vida. O combate soa como guerra, luta, e cada derrota nessa guerra pode nos devastar.
Já acolher envolve aceitar sem julgar, entender que aquilo faz parte de você, e tudo bem. Você vai tentar mudar como pode, um passo de cada vez, e quando não conseguir, não vai se martirizar nem se maltratar por isso. Cada dia nessa jornada é um dia, e cada avanço conta. Saímos da ideia de eliminar tudo de ruim que há em nós, para a cada dia, tentar ser o melhor que se pode naquele dia.
É um trabalho de formiguinha e livre de cobranças destrutivas, mas cheio de pequenas celebrações a cada avanço. A aceitação tem o poder de fazer você sair da guerra contra si mesmo, para andar de mãos dadas com o seu melhor e pior, e é aí que as coisas começam a acontecer. Como já dizia o Psicólogo Carl Rogers:
O paradoxo curioso é que quando eu me aceito como eu sou, então eu mudo.
Ao nos aceitarmos como somos conseguimos, gradativamente, construir uma vida mais leve, onde os erros fazem parte da jornada, devem ser examinados e melhorados, mas sempre existirão, e a sua postura diante disse é o que conta. Aceitando que somos imperfeitos e incompletos conseguimos focar no que somos bons, quais são nossas forças, em como usar nosso potencial a nosso favor e é aí que o crescimento emocional acontece.
Vamos juntos, abraçando toda nossa totalidade, nessa jornada? 🙂