Para pensarmos sobre o amor-próprio é extremamente importante primeiro refletirmos sobre o que é o amor, como você dá amor às pessoas ao seu redor, a seus amigos, seu companheiro, sua família, seus filhos. Esse amor é leve ou pesado? Como você reage quando essas pessoas cometem um erro? Você as critica? Aponta as falhas? Fala “se tivesse feito de tal jeito não teria acontecido isso”? Ou você acolhe? Tenta entender os erros? Mostra que erros fazem parte da jornada e que tudo bem errar de vez em quando? Outro ponto é pensar: quando me dou atenção, carinho, afeto, me sinto egoísta? Me sinto culpado ou culpada?
Filosoficamente o termo amor-próprio foi associado a atos egoístas e vaidade, e de certa forma isso influencia a forma como nos relacionamos com nós mesmos até os dias de hoje. Às vezes ficamos com medo ou vergonha de dizer não a alguém, porque naquele momento simplesmente queríamos fazer algo para nós mesmos. Ou até situações onde temos certeza que se optarmos pelo que nos fará bem iremos nos sentir muito melhores, acabamos por escolher coisas que beneficiarão outros, e que muitas vezes nos prejudicarão. Acreditamos que nos colocar na frente dos demais é um ato condenável, quando na verdade pode ser uma forma de sabotar a sua saúde emocional. Quantas vezes você já deixou de fazer coisas para você por medo de incomodar ou magoar alguém? Esse pode ser um sinal importante de como anda o seu amor-próprio.
O amor-próprio não é só um sentimento de valor, merecimento, bem-estar em relação a si mesmo, mas sim uma conduta que você adota onde busca se comportar, em vários âmbitos da sua vida, de forma a cuidar de você. É importante lembrar aqui que se o cuidado que você tem com si mesmo é rodeado de obrigações que você mesmo criou, se tornando assim uma rotina maçante, onde não há prazer, aconchego, acolhimento, alegria, sinto lhe informar que isso não é amor-próprio. Muitas vezes tentamos começar a nos amar de fora pra dentro. É um caminho. Mas não o mais assertivo. Quando conseguimos compreender e sentir que somos dignos de ser amados, de pertencer e sermos felizes, consequentemente iremos adotar comportamentos que condizem com esse sentimento, e nossa mudança comportamental será mais duradoura.
Quantas coisas boas você tem feito por você? Como você reage a própria dor? Nos dias difíceis você costuma se olhar com o amor ou deixa a autocrítica fluir e te colocar mais pra baixo? Você é compreensivo com seus erros? Quando você não se sente bom o suficiente, você se dá amor? O amor-próprio é uma jornada, onde você deve se comprometer consigo mesmo a se olhar com leveza, autocompaixão, ser sincero consigo mesmo e capaz de acolher sua dor, e promover mudanças quando necessário.
Vamos juntos construir essa jornada?
Com carinho,
Paula.